O Alto Minho é uma das regiões mais marcantes de Portugal, com uma rica e complexa paisagem onde a tradição e a Natureza são respeitadas. Situada no extremo norte do país, onde outrora nasceu Portugal, o seu território tanto tem de mar como de montanha. A região que se estende desde as praias de horizontes longínquos e vilas costeiras de origem piscatórias, até às montanhas de uma fauna e flora únicas, tem no Parque Nacional da Peneda-Gerês a sua referência maior.
Por aqui, a vida corre e floresce, com os seus rios de águas refrescantes que descem as serras. Para além do Rio Minho, rio fronteiriço, (um dos mais notáveis rios da zona, nascido na Galiza e percorrendo o seu caminho até desaguar no Atlântico) o Rio Lima dá o seu nome à vila mais antiga de Portugal: Ponte de Lima. Conta a Lenda que o rio deve a origem da sua designação à palavra grega Lethes, (que significa esquecimento) e cuja travessia fez hesitar os soldados romanos aquando das suas Invasões, com medo de perderem a sua memória e identidade. A Vila é um dos melhores exemplos de conservação patrimonial do Alto Minho e um dos polos dinamizadores da região e cultura minhotas. Nesta zona prevalece o verde dos campos e das suas paisagens, na gastronomia destaca-se o vinho verde e o caldo verde. Este território singular tem uma das mais interessantes cozinhas nacionais que vai desde os bolinhos de bacalhau, o bacalhau à Gomes de Sá, ao arroz de cabidela ou sarrabulho, ao sável e lampreia de escabeche, ao cozido e rojões à moda do Minho para além da doçaria, da qual se destacam as rabanadas e os mexidos de Natal.
O Minho tem nas suas gentes a sua maior riqueza, orgulhosas da grandiosidade do seu património cultural e imaterial, dos seus hábitos e costumes. O tradicional e artístico coração de Viana, (trabalhado em filigrana) simboliza toda a riqueza desta cultura. Não é por isso de estranhar que, nas romarias, os trajes femininos exibam, na sua alegria, as cores mais luzidas e diversas e que o folclore minhoto seja expressão dessa genuinidade